Yamil Bukele assume a Fesfut: O futuro do futebol salvadorenho

A família Bukele está prestes a ampliar sua influência em El Salvador, agora no cenário futebolístico. Yamil Bukele, irmão do presidente Nayib Bukele, está pronto para assumir a presidência da Federação Salvadorenha de Futebol (Fesfut) após a intervenção da Fifa, que começou em 2022 devido a alegações de corrupção.

Yamil, que tem 47 anos, foi o único candidato registrado para a eleição marcada para 12 de dezembro. Com isso, ele deve deixar a presidência do Instituto Nacional dos Esportes (Indes), cargo que ocupa desde 2019, para se dedicar integralmente ao futebol. A expectativa é que ele consiga revitalizar o esporte no país e, quem sabe, levar El Salvador novamente a uma Copa do Mundo.

Desafios e objetivos de Yamil Bukele

Yamil Bukele não esconde suas metas ambiciosas para o futebol salvadorenho. Uma de suas grandes aspirações é levar a seleção de El Salvador de volta ao cenário mundial, algo que não acontece desde a Copa de 1982, na Espanha. Nas próximas partidas das Eliminatórias da Concacaf, contra Suriname e Panamá, o time ainda possui chances de avançar.

Um cenário de polêmicas

Assumir a Fesfut não será tarefa fácil, dado o histórico conturbado da federação nos últimos anos. Em 2022, o ex-presidente Reynaldo Vásquez foi preso por envolvimento no escândalo “Fifagate”. Além disso, a Fifa interveio na Fesfut após acusações de administração fraudulenta e lavagem de dinheiro contra seus dirigentes. Até o momento, a Fifa não divulgou atualizações sobre essas investigações.

Mais recentemente, a Fesfut foi multada em mais de US$ 60 mil devido a insultos racistas proferidos por torcedores durante um jogo contra o Suriname. Esse ambiente conturbado será um dos grandes desafios para Yamil.

O impacto do “clã Bukele” no esporte

A influência do “clã Bukele” em El Salvador é amplamente discutida. Nayib Bukele, que governa o país desde 2019 e foi reeleito em 2024, tem grande popularidade, o que beneficia seus familiares. Essa presença marcante no governo levanta discussões sobre nepotismo e controle político.

Reações e críticas

Enquanto alguns, como o entregador Luis Mungía, veem a chegada de Yamil como uma oportunidade de melhorar o futebol local, outros, como o antropólogo Juan Martínez, criticam o que chamam de “nepotismo” e “coaptação” do esporte. Martínez ressalta o poder simbólico do futebol e sua importância além das finanças.

Em meio a esse cenário, o cientista político Napoleón Campos destacou a necessidade de manter o futebol separado da política, conforme estabelecido pela Fifa. Segundo ele, a intervenção do presidente pode prejudicar o esporte no país.

Com a posse de Yamil Bukele na Fesfut, o futuro do futebol em El Salvador está em jogo. Resta saber se ele conseguirá superar as adversidades e levar o esporte a novos patamares.