Por que o futebol faz homens chorarem mais que uma separação? Entenda a ciência por trás

Na tarde desta quarta-feira, torcedores do Flamengo e fãs do futebol em geral se preparam para um duelo que promete mexer com os corações: a final do torneio Intercontinental contra o Paris Saint-Germain, em Doha, no Catar. Para muitos flamenguistas, esse jogo não é apenas uma partida; é um momento carregado de emoção que pode levar até ao choro.

Mas você já parou para pensar por que o futebol desperta sentimentos tão intensos, especialmente entre os homens? A resposta vai muito além da paixão pelo esporte e tem respaldo científico. Continue a leitura para entender o que a ciência revela sobre essa conexão emocional tão forte.

Homens e o choro no futebol: o que a ciência revela

Um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology trouxe um dado surpreendente: os homens choram até quatro vezes mais por causa do futebol do que devido a uma separação amorosa. A pesquisa, liderada pela psicóloga Heather J. MacArthur, investigou as crenças sobre emoções e gênero, focando no choro masculino em esportes competitivos.

O levantamento desafia a ideia tradicional de que os homens devem reprimir suas emoções. Pelo contrário, o futebol oferece um ambiente socialmente aceito para que eles expressem sentimentos como alegria, frustração e tristeza sem medo de julgamento. Isso acontece porque o esporte é culturalmente associado à masculinidade, o que torna o ato de chorar mais aceitável nesse contexto.

Futebol como palco para a expressão emocional masculina

Ao contrário do que muitos pensam, o futebol não é apenas um jogo; é um espaço onde os homens encontram permissão para demonstrar vulnerabilidade. A pesquisa mostra que o choro masculino é especialmente comum em competições esportivas, justamente por essa liberdade emocional embutida na experiência do torcedor.

Muitos homens relatam que as vitórias e derrotas de seus times provocam emoções tão intensas que chegam a rivalizar com momentos pessoais importantes, como o nascimento de um filho. Isso reforça o papel do futebol como um elemento central na construção da identidade e do senso de pertencimento social.

Além do campo: reflexões sobre masculinidade e emoções

Apesar de a ciência apontar que as mulheres choram mais ao longo do ano, o estudo indica que, em situações específicas como grandes eventos esportivos, a expressão emocional masculina pode ser tão intensa quanto — ou até maior. Isso mostra que as normas culturais sobre masculinidade ainda influenciam a forma como os homens lidam com seus sentimentos.

O futebol, assim, funciona como uma válvula de escape para a saúde emocional masculina, permitindo que eles expressem um amplo espectro de emoções sem quebrar as regras sociais vigentes. Esse insight abre espaço para repensar como a sociedade enxerga e aceita a emotividade dos homens, tanto dentro quanto fora das arquibancadas.

Em resumo, o futebol não é apenas um jogo de 90 minutos; é um fenômeno social que conecta o emocional dos torcedores a algo maior, uma verdadeira experiência humana que pode fazer até o mais durão dos homens derramar lágrimas.