CBF Lança Primeira Versão do Fair Play Financeiro no Futebol Brasileiro

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta terça-feira (11) a primeira versão do tão aguardado Fair Play Financeiro do futebol brasileiro. O anúncio aconteceu durante a última reunião do Grupo de Trabalho (GT) no Rio de Janeiro, marcando um passo significativo para a gestão financeira dos clubes nacionais.

Com a participação ativa de clubes, federações e representantes do setor, a iniciativa visa trazer mais responsabilidade e sustentabilidade financeira para o esporte. Até o dia 14 de novembro, sugestões poderão ser enviadas para aprimorar o projeto, cuja versão final está prevista para ser divulgada em 26 de novembro.

Participação Coletiva e Diálogo Constante

O processo de discussão sobre o Fair Play Financeiro durou três meses, com encontros que reuniram 77 clubes, federações e órgãos da indústria do futebol. Helder Melilo, diretor executivo da CBF e relator do GT, destacou a importância da colaboração coletiva na formulação das regras.

“Ficamos muito felizes com a ampla participação dos clubes e federações, que demonstra o sucesso desse novo modelo de gestão da CBF, pautado pelo diálogo e pela construção coletiva”, afirmou Melilo.

Principais Pilares do Sistema

O sistema de Fair Play Financeiro no Brasil se baseia em quatro pilares fundamentais: controle de dívidas em atraso, equilíbrio operacional, controle de custos com elenco e controle de endividamento de curto prazo. Além disso, medidas específicas foram propostas para clubes em Recuperação Judicial, como a limitação da folha salarial e o equilíbrio financeiro nas janelas de transferências.

As punições para violações do regulamento incluem desde advertências públicas até penalidades mais severas, como dedução de pontos e rebaixamento. A ideia é criar um ambiente em que os clubes sejam incentivados a manter uma gestão financeira saudável.

Adaptações para a Realidade Brasileira

Inspirado nos modelos das cinco maiores ligas do mundo, o Fair Play Financeiro brasileiro foi cuidadosamente adaptado para atender às particularidades do cenário nacional. Caio Rezende, diretor da CBF Academy, destacou os desafios enfrentados para ajustar as regras europeias à realidade dos clubes brasileiros.

“O maior desafio foi criar uma regulamentação que fizesse sentido para a realidade dos clubes brasileiros. Estudamos detalhadamente grandes modelos europeus, mas adaptamos à nossa realidade”, explicou Rezende.

Expectativas e Perspectivas Futuras

Os clubes que participaram do Grupo de Trabalho elogiaram a iniciativa, enfatizando a importância do Fair Play Financeiro para o crescimento econômico sustentável do futebol brasileiro. Alberto Guerra, presidente do Grêmio, expressou confiança no impacto positivo que essa medida trará a médio e longo prazo.

“Tenho certeza que, em médio e longo prazo, vai ser bom não só para o futebol, mas para os clubes também”, afirmou Guerra.

Com a implementação prevista para janeiro de 2026, o Fair Play Financeiro promete ser um divisor de águas no futebol nacional, incentivando práticas de gestão mais responsáveis e atraindo investimentos de forma segura.