Tecon Santos 10: TCU Avalia Modelo de Licitação do Porto de Santos
O Tribunal de Contas da União (TCU) está sob os holofotes enquanto analisa o novo modelo de licitação para o terminal de contêineres Tecon Santos 10, no Porto de Santos. Este projeto, que promete ser o maior investimento portuário do governo federal, está cercado de discussões acaloradas e expectativas por um desfecho que pode mudar o cenário portuário brasileiro.
A proposta, elaborada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), sugere um modelo de concorrência em duas fases e prevê um investimento de R$ 6,45 bilhões ao longo de 25 anos. A questão central gira em torno de como ampliar a concorrência e evitar a concentração de mercado no porto mais movimentado do país.
O Que Está em Jogo com o Tecon Santos 10
O terminal Tecon 10 é visto como essencial para a expansão da capacidade de contêineres no Porto de Santos. A proposta da Antaq busca estimular a entrada de novos operadores, limitando a participação de empresas já estabelecidas no porto na primeira fase do leilão. Essa abordagem visa criar um ambiente mais competitivo, conforme apontam especialistas que destacam a conformidade com princípios legais de isonomia e livre concorrência.
Interesses Privados e Pressões Políticas
Com uma área de 622 mil m², o Tecon 10 deverá contar com quatro berços de atracação e uma capacidade de 3,5 milhões de TEUs por ano. A expectativa é que o leilão ocorra em 2026, mas as discussões no TCU são cruciais para definir os termos do edital. A proposta enfrenta divergências técnicas dentro do governo, com algumas áreas defendendo um modelo de fase única, enquanto o Ministério de Portos e Aeroportos apoia a proposta original da Antaq.
Duas Fases ou Concorrência Aberta?
O debate esquentou após uma sessão extraordinária do TCU, onde ministros apresentaram opiniões divergentes. Enquanto o relator Antonio Anastasia defendeu uma licitação em fase única, aberta a todos, o ministro Bruno Dantas apoiou o modelo original da Antaq, que exclui grandes empresas de navegação da primeira fase para evitar a concentração de mercado.
Posições Divergentes e Futuro do Projeto
Dantas argumentou que a presença de armadores como operadores poderia limitar o acesso de novos players e criar barreiras para novas linhas marítimas. Ele destacou que não há ilegalidade no modelo da Antaq, o que impede o TCU de alterar a proposta da agência reguladora. O processo foi temporariamente pausado após pedido de vista do ministro Augusto Nardes, mas deve retornar ao plenário em 8 de dezembro.
Enquanto o TCU continua a avaliar as manifestações recebidas, há uma tendência de maioria a favor do modelo em duas etapas, sinalizada por ministros como Walton Alencar e Jorge Oliveira.
O desfecho dessa decisão pode redefinir o futuro do Porto de Santos e impactar significativamente o mercado portuário brasileiro, com expectativas de um ambiente mais competitivo e diversificado.
Perguntas Frequentes
O que está em jogo com o Tecon Santos 10?
O terminal Tecon 10 é essencial para expandir a capacidade de contêineres no Porto de Santos, com proposta da Antaq visando estimular entrada de novos operadores.
Quais são as divergências técnicas dentro do governo em relação ao projeto?
Algumas áreas defendem um modelo de fase única, enquanto o Ministério de Portos e Aeroportos apoia a proposta original da Antaq.
Por que a presença de armadores como operadores é um ponto de divergência?
A presença de armadores poderia limitar o acesso de novos players e criar barreiras para novas linhas marítimas, segundo o ministro Bruno Dantas.
Por que o processo foi temporariamente pausado pelo TCU?
O processo foi pausado após pedido de vista do ministro Augusto Nardes, mas deve retornar ao plenário em 8 de dezembro.
Qual a tendência de decisão do TCU em relação ao modelo de licitação?
Há uma tendência de maioria a favor do modelo em duas etapas, sinalizada por ministros como Walton Alencar e Jorge Oliveira.