CBF Inova com Sistema de Sustentabilidade Financeira para Clubes
Na última quarta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou um passo significativo para o futuro do futebol nacional durante o Summit CBF Academy, realizado em São Paulo. Trata-se do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF), um modelo de fair play financeiro que promete transformar a gestão dos clubes brasileiros a partir de 2026.
Inspirado em práticas internacionais, mas com adaptações necessárias para a realidade do país, o SSF busca estabelecer um futebol mais sustentável. O objetivo é claro: impedir que os clubes continuem gastando mais do que arrecadam, promovendo um equilíbrio financeiro que beneficie toda a cadeia do esporte.
Uma Nova Era para a Gestão Financeira dos Clubes
O SSF será monitorado por uma entidade independente, a Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF), que avaliará o cumprimento das regras três vezes ao ano. A ANRESF será composta por especialistas renomados das áreas financeiras e jurídicas, garantindo assim a credibilidade e a seriedade do processo.
Os Quatro Pilares do SSF
O sistema se baseia em quatro pilares fundamentais: controle de dívidas em atraso, equilíbrio operacional, controle de custos com elenco e capacidade de endividamento a curto prazo. Esses elementos são similares aos adotados por algumas das principais ligas do mundo, como as da Inglaterra, França e Espanha.
Apesar de buscar inspiração no modelo europeu, a CBF fez ajustes para atender às particularidades do futebol brasileiro, como a ausência de limites para aportes de capital. Isso reflete o atual cenário do futebol nacional, que tem visto um aumento na presença de investidores estrangeiros e a criação de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).
Impacto Esperado e Regras de Transição
A implementação completa do SSF está prevista para 2028, mas os anos de 2026 e 2027 servirão como período de transição. Durante esse tempo, os clubes poderão se ajustar às novas regras, que inicialmente resultarão apenas em advertências em caso de violação.
Regras de Endividamento e Custos com Elenco
Os clubes terão que regularizar dívidas anteriores até o final de 2026, e qualquer débito contraído a partir de 2026 estará sujeito às novas normas, permitindo que jogadores e equipes denunciem atrasos de pagamento. Além disso, o SSF estabelece que os custos com o elenco devem se manter dentro de 70% da soma das receitas, transferências e aportes, com flexibilidade para alcançar 80% em 2028.
O foco em equilíbrio operacional exige que os clubes terminem o ano com superávit. Caso contrário, eles estarão sob monitoramento, com o déficit máximo permitido variando conforme a série do campeonato.
A iniciativa da CBF, liderada pelo presidente Samir Xaud, é vista como uma ferramenta de justiça e proteção ao futebol, promovendo um ambiente saudável e equilibrado. Como afirmou Caio Resende, diretor da CBF Academy, “a flexibilidade em relação aos aportes de capital assegura que o sistema não se torne um limitador para o desenvolvimento do futebol.”
O Sistema de Sustentabilidade Financeira promete não apenas um controle mais rígido das finanças dos clubes, mas também uma nova esperança para o crescimento responsável do futebol brasileiro. Resta agora aguardar a adesão e adaptação dos clubes a esse novo cenário.
Perguntas Frequentes
O que é o SSF?
O Sistema de Sustentabilidade Financeira é um modelo de fair play financeiro criado pela CBF para transformar a gestão dos clubes brasileiros.
Quais são os pilares do SSF?
Os quatro pilares do SSF são controle de dívidas em atraso, equilíbrio operacional, controle de custos com elenco e capacidade de endividamento a curto prazo.
Quem irá monitorar o SSF?
O SSF será monitorado pela Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF), composta por especialistas renomados.
Quando está prevista a implementação completa do SSF?
A implementação completa do SSF está prevista para 2028, com período de transição em 2026 e 2027.
Quais ajustes foram feitos para o futebol brasileiro no SSF?
Foram feitos ajustes para atender às particularidades do futebol brasileiro, como a ausência de limites para aportes de capital.