Futebol brasileiro vive pressão intensa para manter imposto baixo sobre SAFs
O futebol brasileiro está no centro de uma disputa acirrada no Congresso Nacional. Nesta terça-feira (16), clubes e dirigentes de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) intensificaram a mobilização para garantir a alíquota de 5% de imposto, em meio à votação que pode elevar essa carga para 8,5%. A decisão impacta diretamente o modelo empresarial que vem ganhando força no país.
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada, o texto-base do PLP 108/2024, que aumenta a tributação para as SAFs. O placar foi expressivo: 330 votos a favor e 104 contra. Agora, a atenção se volta para a votação dos destaques, onde o Partido Liberal (PL) tenta reduzir o imposto novamente para 5%. O desfecho dessa disputa promete influenciar o futuro do futebol nacional.
Pressão dos clubes e o papel da CBF nos bastidores
Os dirigentes das SAFs alertam que a alta na alíquota pode comprometer o modelo empresarial que vem revolucionando o futebol brasileiro. Além de afastar investidores, principalmente estrangeiros, a elevação do imposto pode reduzir a competitividade dos times que adotaram essa estrutura.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) entrou em cena para apoiar a causa. Segundo fontes próximas à entidade, a CBF tem mantido conversas discretas com parlamentares, buscando assegurar o tratamento tributário mais leve para as SAFs. A justificativa é clara: uma carga menor fortalece o desenvolvimento do futebol no país, atraindo recursos e modernizando a gestão dos clubes.
Conflitos entre modelos tradicionais e empresariais no Congresso
Nos bastidores, a disputa não é apenas política, mas também econômica e de visão para o futebol. Clubes que ainda operam no formato associativo tradicional estariam agindo para manter a alíquota maior ou até mesmo para modificar o texto de forma que prejudique o modelo das SAFs. Essa divergência reflete a resistência de parte do futebol brasileiro em abraçar a profissionalização total do setor.
O Flamengo, um dos clubes mais influentes do país, é citado como participante dessa movimentação, embora não tenha se manifestado oficialmente. Essa situação expõe um cenário de tensão entre as diferentes formas de administrar clubes, com interesses muitas vezes opostos.
Impactos da reforma tributária no futuro do futebol empresarial
O PLP 108/2024 faz parte da regulamentação do novo sistema tributário baseado no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unifica tributos como ICMS e ISS. A definição da alíquota para as SAFs é uma peça-chave para estabelecer o modelo fiscal no futebol empresarial.
Essa decisão tem potencial para alterar o rumo dos investimentos no esporte. Uma carga tributária mais alta pode desestimular aportes e atrasar a profissionalização das equipes, enquanto uma alíquota reduzida pode impulsionar a competitividade e a atração de capital.
Com a votação ainda em aberto, o futuro das SAFs no Brasil depende da pressão dos clubes, da articulação política e da visão dos deputados sobre o papel do futebol na economia nacional.
O desfecho dessa votação é crucial para o futebol brasileiro, que vive um momento de transformação importante. Acompanhar as movimentações no Congresso é essencial para entender os próximos capítulos do esporte mais popular do país.
Perguntas Frequentes
O que são as SAFs no futebol brasileiro?
As SAFs são Sociedades Anônimas do Futebol, um novo modelo empresarial para clubes.
Qual é a proposta de mudança tributária para as SAFs?
A proposta visa aumentar a alíquota de imposto sobre as SAFs de 5% para 8,5%.
Qual o impacto da alta da alíquota sobre os clubes?
A alta pode afastar investidores e reduzir a competitividade das equipes.
Como a CBF está envolvida nessa discussão?
A CBF apoia a manutenção da alíquota de 5% e conversa com parlamentares para garantir isso.
Por que a votação sobre a alíquota é tão importante?
Ela pode influenciar os investimentos e a profissionalização do futebol no Brasil.