Futebol Feminino: 66% das Jogadoras Ganham Menos de R$ 111 Mil por Ano
Uma pesquisa recente realizada pelo sindicato mundial dos jogadores, FIFPRO, revelou um dado preocupante sobre a realidade financeira do futebol feminino. Dois terços das atletas que atuam em seleções nacionais recebem menos de US$ 20 mil por ano, o que equivale a cerca de R$ 111 mil. Além disso, muitas jogadoras ainda precisam recorrer a empregos fora do esporte para garantir a sobrevivência.
Se você quer entender melhor os desafios econômicos e estruturais enfrentados pelas mulheres no futebol profissional, continue a leitura. Vamos detalhar os principais pontos levantados pela pesquisa, que ouviu atletas de 41 países e diferentes continentes.
Desafios financeiros: contratos curtos e salários baixos
A pesquisa do FIFPRO ouviu 407 jogadoras de futebol feminino que participaram das principais competições internacionais, como a Eurocopa, Copa América e torneios africanos e da Oceania. O levantamento mostrou que 66% dessas atletas ganham menos de US$ 20 mil ao ano com o futebol. Para 32%, o valor recebido é ainda mais baixo, ficando entre US$ 0 e US$ 4.999, ou seja, pouco mais de R$ 27 mil anuais.
Esse cenário evidencia uma grande insegurança financeira dentro da carreira esportiva feminina. Embora os clubes profissionais sejam a principal fonte de renda para a maioria, os pagamentos pelas seleções também ajudam, mas não são suficientes para garantir estabilidade.
Um dado alarmante: uma em cada quatro jogadoras precisa manter empregos fora do futebol para se manter financeiramente. Isso mostra que, apesar dos avanços, o esporte ainda não oferece condições adequadas para a maioria das atletas viver exclusivamente da profissão.
Contratos de curto prazo e desgaste físico: os obstáculos da carreira
Outro ponto que chamou atenção na pesquisa foi a precariedade dos contratos. Cerca de 33% das jogadoras possuem contratos de até um ano, enquanto 22% sequer têm vínculo formal. Essa instabilidade dificulta o planejamento de carreira e aumenta a vulnerabilidade das atletas.
Além disso, as competições internacionais exercem forte pressão sobre as jogadoras. Mais da metade delas relatou falta de descanso adequado antes dos jogos e recuperação insuficiente após as partidas, o que pode comprometer a saúde e a longevidade na profissão.
A diretora de futebol feminino do FIFPRO, Alex Culvin, destacou que a estabilidade financeira é fundamental para que as atletas possam se dedicar ao esporte com segurança. Segundo ela, a falta de condições justas pode fazer com que muitas abandonem precocemente o futebol para buscar outras fontes de renda.
Avanços ainda tímidos e o caminho para a profissionalização
A pesquisa apontou que, apesar das dificuldades, houve algumas melhorias recentes. Por exemplo, o aumento dos prêmios em dinheiro e a criação de uma cota para jogadoras na Eurocopa Feminina são passos positivos. No entanto, esses avanços não foram replicados em outras confederações ao redor do mundo.
Culvin reforça que é necessário manter a pressão para elevar os padrões no futebol feminino, garantindo contratos melhores, salários justos e condições adequadas de trabalho. A profissionalização do esporte depende dessas mudanças estruturais para que as atletas tenham uma carreira sustentável e o futebol feminino continue crescendo com qualidade.
O futuro do futebol feminino passa pela valorização das jogadoras e pela construção de um ambiente mais seguro e estável, onde a paixão pelo jogo possa ser acompanhada de segurança financeira e respeito profissional.
Perguntas Frequentes
Qual é a renda média das jogadoras de futebol feminino?
66% das jogadoras ganham menos de US$ 20 mil por ano, cerca de R$ 111 mil.
Quantas jogadoras precisam de empregos fora do futebol?
Uma em cada quatro jogadoras precisa manter empregos fora do futebol para sobreviver.
Qual a principal fonte de renda das jogadoras?
A principal fonte de renda para a maioria das jogadoras são os clubes profissionais.
Como a falta de contratos longos afeta as jogadoras?
Cerca de 33% das jogadoras têm contratos de até um ano, o que dificulta o planejamento de carreira.
Quais avanços foram feitos no futebol feminino?
Houve um aumento nos prêmios em dinheiro e a criação de cotas na Eurocopa Feminina, mas melhorias ainda são necessárias.