CBF Lança Sistema de Sustentabilidade Financeira no Futebol Brasileiro

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu um passo significativo para o futuro financeiro dos clubes nacionais ao apresentar, nesta quarta-feira, o novo Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) durante o Summit CBF Academy, realizado em São Paulo. O programa, que já está gerando burburinho nos bastidores do futebol, foi inspirado em modelos internacionais e promete trazer mais estabilidade para o cenário esportivo do país.

Com a implementação do SSF, a CBF busca estabelecer um controle mais rígido sobre as finanças dos clubes, garantindo que eles mantenham suas contas em dia e evitem problemas financeiros no futuro. A iniciativa vem em um momento crucial, já que o futebol brasileiro tem atraído cada vez mais investimentos estrangeiros e a formação de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).

Os Quatro Pilares do SSF

Para garantir a saúde financeira dos clubes, o SSF será baseado em quatro pilares essenciais: controle de dívidas em atraso, equilíbrio operacional, controle de custos com elenco e capacidade de endividamento de curto prazo. Esses pilares foram adaptados para a realidade brasileira, inspirando-se em modelos de sucesso na Europa, mas com ajustes importantes para o mercado local.

Controle de Dívidas e Equilíbrio Operacional

Um dos principais focos do SSF é a gestão das dívidas dos clubes. As dívidas anteriores a 2026 deverão ser regularizadas até novembro de 2026, e aquelas adquiridas a partir de 2026 já estarão sujeitas às novas regras. Além disso, os clubes precisarão manter um equilíbrio operacional, fechando o ano com superávit. A fiscalização será realizada três vezes ao ano, garantindo que as finanças estejam sempre em ordem.

Gestão de Custos e Endividamento

O controle de custos com elenco é outro ponto crucial. Os gastos com salários, encargos e direitos de imagem devem se manter dentro de um limite específico, que será ajustado gradualmente até 2028. Quanto ao endividamento de curto prazo, a nova regra estabelece que ele deve ser igual ou inferior a 45% das receitas, com um cronograma de transição até 2030.

Implementação e Fiscalização

A implementação do SSF está prevista para começar em 2026, com uma agência independente, a Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF), responsável por fiscalizar o cumprimento das regras. A agência contará com um time de especialistas que garantirão a aplicação técnica e imparcial do modelo.

Caio Resende, diretor da CBF Academy, destacou a importância do benchmarking internacional para a criação do SSF, ressaltando que a flexibilidade em relação aos aportes de capital é essencial para que o sistema não se torne um entrave ao crescimento do futebol brasileiro.

O Futuro do Futebol Brasileiro

Com a introdução do SSF, a CBF demonstra um compromisso claro com a sustentabilidade financeira dos clubes, buscando evitar crises e garantir um ambiente mais seguro para investidores e torcedores. A iniciativa promete trazer mais transparência e responsabilidade para a gestão dos clubes, pavimentando o caminho para um futuro mais promissor no futebol nacional.

Com a fiscalização rigorosa e a adaptação às necessidades locais, o SSF pode se tornar um exemplo para outras federações e ajudar a transformar o cenário do futebol brasileiro nos próximos anos.