Corinthians fecha 10 meses de 2025 com déficit financeiro de R$ 204 milhões

O Corinthians divulgou recentemente o balancete financeiro referente aos primeiros dez meses de 2025, revelando um cenário desafiador para as finanças do clube. O documento indica um déficit acumulado de R$ 204,2 milhões, considerando tanto o futebol quanto as atividades do clube social. Esse resultado negativo chama atenção, especialmente diante das receitas operacionais líquidas que somaram R$ 617 milhões no período.

Quer entender melhor o que está por trás desse rombo nas contas alvinegras e quais são as perspectivas para o restante do ano? Acompanhe a análise detalhada dos números e das estratégias da diretoria para reverter o quadro.

Detalhes do desempenho financeiro e principais números

O balancete mostra que as despesas operacionais do Corinthians ultrapassaram as receitas em R$ 32,4 milhões, totalizando R$ 649,4 milhões. Um ponto positivo foi a entrada de R$ 106 milhões em receitas provenientes da venda de direitos federativos de atletas, o que ajudou a aliviar parte do impacto negativo. Mesmo assim, as despesas financeiras chegaram a R$ 182,9 milhões, contribuindo significativamente para o déficit final.

O Ebitda contábil, indicador que avalia o desempenho operacional sem considerar itens não recorrentes, ficou negativo em R$ 31,9 milhões nos dez meses analisados. Comparado a setembro, quando o déficit era de R$ 180,1 milhões, houve um aumento de aproximadamente R$ 24 milhões, mostrando uma tendência preocupante que a diretoria acompanha de perto.

Projeções e expectativas para o fechamento do ano

Apesar do saldo negativo registrado até outubro, a previsão orçamentária revisada aponta para um déficit de R$ 83,3 milhões ao término de 2025. Ou seja, o rombo atual já representa quase o triplo do que foi inicialmente esperado. Para tentar corrigir esse caminho, o clube aposta em receitas importantes que devem entrar em dezembro, como as cotas de televisão da Liga Forte União e os valores das premiações da Copa do Brasil.

Vale destacar que a premiação da Copa do Brasil varia conforme a campanha do time: se o Corinthians alcançar o vice-campeonato, o montante pode chegar a R$ 33 milhões, enquanto o título renderia cerca de R$ 77 milhões. Essas cifras são cruciais para melhorar o caixa e reduzir o déficit acumulado.

Dívida bilionária e controle de gastos em foco

A dívida bruta do clube segue em torno de R$ 2,7 bilhões, incluindo os financiamentos relacionados à Neo Química Arena. Esse valor reflete compromissos assumidos em gestões passadas e despesas correntes que ainda pressionam o fluxo de caixa. O balancete contabiliza tanto o departamento de futebol quanto as atividades sociais, reforçando a complexidade da gestão financeira.

Para enfrentar essa realidade, a diretoria tem implementado medidas rigorosas de controle de gastos, renegociado contratos e buscado novas fontes de receita. As vendas de jogadores e acordos comerciais são apostas importantes para alcançar o equilíbrio financeiro. Além disso, o orçamento aprovado para 2026 prevê um superávit de R$ 12 milhões, indicando uma expectativa de melhora no cenário.

Perspectivas para o fim de 2025 e desafios à frente

O Corinthians espera que as entradas financeiras previstas para dezembro, especialmente as relacionadas a contratos televisivos e à performance na Copa do Brasil, consigam aliviar a pressão sobre as contas. A diretoria também negocia empréstimos e parcerias estratégicas para reforçar o caixa nos meses finais do ano.

Apesar do desafio, o clube mantém os salários dos jogadores em dia e prioriza as obrigações trabalhistas, mesmo com atrasos pontuais em pagamentos a fornecedores. A gestão financeira segue focada na austeridade e na transparência, utilizando o balancete como ferramenta para tomadas de decisão e planejamento futuro.

O cenário financeiro do Corinthians espelha um problema comum a muitos clubes brasileiros, que convivem com dívidas elevadas e receitas instáveis. A atual gestão demonstra empenho para superar essas dificuldades, mas o caminho para a estabilidade passa por disciplina orçamentária e resultados consistentes dentro e fora de campo.