O debate sobre a transformação dos clubes de futebol em Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) continua a ganhar força no Brasil. Uma pesquisa recente da AtlasIntel, encomendada pela CBF, revela que 36,4% dos torcedores brasileiros estão a favor dessa mudança. Esse levantamento foi divulgado nesta segunda-feira, destacando também que uma parcela significativa ainda não tem uma opinião formada sobre o assunto.
Embora o modelo de SAFs esteja se tornando cada vez mais popular, com seis clubes do Campeonato Brasileiro de 2025 já adotando essa estrutura, a questão ainda gera dúvidas e divide opiniões entre os torcedores. Vamos explorar mais sobre essa tendência e o que ela pode significar para o futuro do futebol brasileiro.
SAFs: Um modelo em crescimento, mas ainda desconhecido
O levantamento da AtlasIntel mostra que, além dos 36,4% que apoiam as SAFs, outros 36,5% dos entrevistados ainda não sabem se apoiam ou não esse modelo de gestão. Já 27,1% dos torcedores se mostram contrários à adoção das SAFs. Isso indica que o tema ainda está em fase de amadurecimento no debate público.
Clubes que já aderiram às SAFs
No cenário atual do Campeonato Brasileiro, clubes como Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fortaleza e Vasco da Gama já operam como SAFs. Esses times estão na vanguarda da transformação, buscando novas formas de gestão e financiamento.
Apesar da visibilidade crescente, o relatório aponta que é necessário mais clareza e comunicação por parte dos clubes e especialistas para que os torcedores possam formar opiniões mais fundamentadas sobre o tema.
Investimentos em clubes: Um futuro promissor?
Outro ponto interessante destacado pela pesquisa é o potencial de investimento dos torcedores nos clubes de futebol. Cerca de 48 milhões de torcedores afirmaram que investiriam em clubes, caso as ações estivessem disponíveis na bolsa de valores.
Clubes com maior interesse financeiro
Entre os clubes que despertam maior interesse dos investidores, o Flamengo lidera com 43,3% da preferência, seguido pelo Palmeiras (37%) e Bragantino (35,7%). São Paulo, Fluminense e Botafogo também figuram entre os mais desejados pelos investidores.
A possibilidade de entrada dos clubes na B3, a bolsa de valores de São Paulo, promete revolucionar o modelo de financiamento no futebol, oferecendo uma nova forma de capitalização para os times e incentivando o investimento direto dos torcedores.
Em meio a esse cenário, Marcelo Rotenberg, Diretor de Políticas Públicas na AtlasIntel, destacou a importância desse movimento como uma oportunidade para ampliar o número de investidores na bolsa, além de redirecionar parte dos gastos com apostas esportivas para os investimentos diretos nos clubes.
Com cerca de 5 milhões de investidores ativos no Brasil atualmente, a adesão de novos torcedores ao mercado financeiro poderia representar uma mudança significativa na forma como os clubes se financiam e se estruturam economicamente.
