Juventude fecha temporada do futebol feminino com avanços e mira 2026
O futebol feminino do Juventude encerrou a temporada 2025 com uma sensação clara de missão cumprida, mesmo diante de um calendário mais apertado e desafios financeiros que já começam a se desenhar para o próximo ano. A coordenadora do departamento feminino, Renata Armiliato, concedeu uma entrevista exclusiva onde fez um balanço detalhado das mudanças impostas pela CBF, a performance da equipe durante o ano e os planos para manter a competitividade em 2026.
Se você quer entender como o Juventude está se preparando para o futuro e quais foram as conquistas mais importantes dessa temporada, fique com a gente e confira os detalhes.
Calendário mais curto, férias reduzidas e preparação intensa para 2026
A principal novidade para a próxima temporada é o calendário antecipado, que surpreendeu o clube, mas que é visto como positivo por ampliar o tempo de competições no futebol feminino. Renata destacou que essa mudança era uma demanda antiga da categoria e que o início mais cedo da temporada representa um avanço importante.
“Foi uma surpresa, confesso, mas uma surpresa boa. A gente sempre buscou um calendário mais longo, mais espaçado, que permitisse recuperação das atletas”, comentou a coordenadora. Porém, essa alteração trouxe também o aperto nas férias do elenco, que agora será de apenas cerca de 20 dias, já que o grupo se reapresenta em 12 de janeiro para iniciar a pré-temporada.
O clube planeja um período de preparação de aproximadamente 30 dias, focando em amistosos e aprimoramento físico. Renata revelou que o planejamento final está em discussão com a comissão técnica para garantir que o time esteja pronto para o início das competições em fevereiro.
Estabilidade na comissão técnica e foco na permanência na elite
Em meio a tantas mudanças, o Juventude pretende manter a base do trabalho que vem sendo desenvolvido desde o começo do projeto feminino. Renata confirmou que as negociações para renovar o contrato do treinador Luciano Brandalise estão em andamento, com a intenção clara de manter a estabilidade no comando técnico.
“A princípio, o Luciano fica. A gente ainda está em negociação, mas a ideia é dar sequência ao trabalho”, explicou, ressaltando a importância da continuidade especialmente em um momento que exige planejamento financeiro cauteloso.
No campo, a equipe alcançou o objetivo principal da temporada: garantir a permanência na Série A1 do Brasileirão Feminino. Mesmo terminando na 14ª colocação, a luta foi intensa até a última rodada. Na Copa do Brasil, o time eliminou o Fortaleza e foi eliminado pelo poderoso Corinthians, atual campeão, mas deixando uma boa impressão.
O destaque mesmo foi o Campeonato Gaúcho, onde o Juventude chegou à final após 17 anos sem disputar a decisão estadual. O vice-campeonato teve um sabor especial, principalmente por superar clubes com estruturas muito maiores, como o Internacional, na semifinal.
Desafios financeiros, aposta na base e conexão com a torcida para 2026
O principal desafio para o próximo ano está fora das quatro linhas. O rebaixamento do time masculino para a Série B impacta diretamente o orçamento do clube, o que exige contenção nos investimentos do futebol feminino. Renata não esconde a preocupação, mas também reconhece avanços, como o aumento das cotas da CBF, que ainda considera insuficientes para a realidade da elite.
O modelo adotado pelo Juventude segue sendo o de um clube formador, que aposta em atletas jovens e em desenvolvimento, muitas vezes vindas da Série A2 ou com pouca visibilidade em grandes equipes. A ideia é manter uma base sólida e evitar mudanças radicais no elenco para garantir novamente a permanência na elite.
Além disso, a relação com a torcida de Caxias do Sul é vista como um pilar fundamental. O apoio constante da comunidade local e o fato de jogar no Alfredo Jaconi, quando possível, são diferenciais importantes. O recorde de público na final do Gauchão, com mais de 1.500 pessoas, mostra que o time feminino vem conquistando espaço e identificação.
Renata projeta um futuro ambicioso. Em pouco mais de três anos, o Juventude já superou metas que haviam sido traçadas para cinco anos. Agora, o sonho é maior: disputar títulos, estar presente na Libertadores e ser referência no futebol feminino nacional.
“Quero que as atletas queiram vir para cá, que peçam uma vaga”, finalizou, mostrando que o clube não pretende apenas participar, mas sim crescer e se destacar no cenário do futebol brasileiro.
Com um planejamento firme e uma identidade clara, o Juventude segue construindo seu espaço no futebol feminino, com os pés no chão, mas olhos atentos para o futuro.
Perguntas Frequentes
Quais foram os principais desafios enfrentados pelo Juventude em 2025?
Os principais desafios foram um calendário mais apertado e questões financeiras devido ao rebaixamento do time masculino.
O que mudou na preparação do time para 2026?
A preparação será mais intensa, com um período de 30 dias focado em amistosos e aprimoramento físico.
Qual foi a performance do Juventude no Campeonato Gaúcho?
O Juventude chegou à final do Campeonato Gaúcho após 17 anos, conquistando o vice-campeonato.
Como a torcida influencia o desempenho do Juventude?
O apoio da torcida é fundamental, e o recorde de público na final mostra a crescente identificação com o time.
Quais são os planos do Juventude para o futuro?
O clube pretende disputar títulos, estar presente na Libertadores e se tornar referência no futebol feminino nacional.