Brasil Avança na Regulação de Criptoativos com Nova Norma
O Brasil está prestes a dar um passo significativo na regulação dos criptoativos. A nova norma, que está em fase final de aprovação, promete alinhar o país aos padrões internacionais de reporte estabelecidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Andrea Costa Chaves, subsecretária de Fiscalização, destacou que o foco é a transparência, afastando-se de qualquer intenção de aumento de arrecadação.
Com a adesão ao Crypto Asset Reporting Framework (CARF), espera-se que a Receita Federal receba, a partir de 2027, dados de contribuintes brasileiros que operem em exchanges estrangeiras. A iniciativa visa reduzir a assimetria atual entre plataformas nacionais e internacionais, garantindo um controle mais rigoroso sobre as operações com criptoativos.
Ampliando o Alcance da Regulação
A nova norma pretende ampliar significativamente o escopo das informações exigidas das empresas que lidam com criptoativos. Essa mudança inclui a incorporação de termos internacionais, como “prestador de serviço de criptoativo”, e o detalhamento de operações que antes não eram contempladas, como movimentações em plataformas descentralizadas e fracionamento de NFTs.
Integração com Padrões Internacionais
A adesão ao CARF é um dos pontos centrais dessa nova abordagem. Com mais de 70 jurisdições já comprometidas, a troca de informações entre países deverá se expandir, promovendo uma maior transparência global. Andrea Costa Chaves ressaltou que essa medida é crucial para garantir que nenhum contribuinte fique fora do radar fiscal.
Impactos para Empresas e Investidores
As empresas brasileiras que atuam no setor já são obrigadas a reportar todas as operações de seus clientes. No entanto, as exchanges estrangeiras dependem da declaração individual dos investidores. Essa discrepância deverá ser reduzida com a nova norma, que visa igualar as regras para todos os prestadores de serviços de criptoativos, sejam eles nacionais ou internacionais.
Responsabilidade Tributária e Fiscalização
Andrea Costa Chaves enfatizou que a responsabilidade tributária continuará centrada no contribuinte residente, independentemente da existência de CNPJ no Brasil. A fiscalização será intensificada para garantir que todas as operações sejam devidamente reportadas, e a Receita Federal adotará “criptoativo” como definição ampla para fins fiscais.
Desafios e Expectativas Futuras
A classificação jurídica dos criptoativos ainda é um desafio global, com diferentes definições sendo utilizadas por órgãos como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a Receita Federal adotará uma abordagem que busca evitar lacunas e acompanhar as diretrizes internacionais, mapeando patrimônio, renda e responsabilidades fiscais de forma abrangente.
A expectativa é que a nova norma traga mais clareza e segurança para o mercado de criptoativos no Brasil. Com a harmonização dos termos e o alinhamento às práticas internacionais, o país se prepara para um cenário em que a informalidade fica cada vez mais distante.
Perguntas Frequentes
Quais são os impactos da nova norma para empresas brasileiras que lidam com criptoativos?
As empresas brasileiras terão que reportar todas as operações de clientes, igualando as regras para prestadores de serviços nacionais e internacionais.
O que é o CARF e como ele está relacionado à regulação de criptoativos no Brasil?
O CARF é o Crypto Asset Reporting Framework, e sua adesão visa promover transparência global e controle rigoroso sobre operações com criptoativos.
Como a Receita Federal pretende garantir que todas as operações com criptoativos sejam reportadas adequadamente?
A Receita adotará 'criptoativo' como definição ampla para fins fiscais e intensificará a fiscalização para evitar que contribuintes fiquem fora do radar fiscal.
Quais são os desafios globais relacionados à classificação jurídica dos criptoativos?
Diferentes órgãos utilizam definições variadas, mas a Receita Federal busca evitar lacunas e seguir diretrizes internacionais para mapear patrimônio, renda e responsabilidades fiscais.
Qual é a expectativa em relação à nova norma de regulação de criptoativos no Brasil?
Espera-se mais clareza e segurança no mercado, com o país se alinhando às práticas internacionais para afastar a informalidade.