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Silvio Santos e o Poder: Como o SBT Sempre Navegou Entre Presidentes

16. dezembro. 2025
4. Min. de leitura
Silvio Santos e o Poder: Como o SBT Sempre Navegou Entre Presidentes

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Quem se surpreendeu com a presença de Lula e Alexandre de Moraes no lançamento do SBT News precisa conhecer a longa história de Silvio Santos e sua relação com o poder no Brasil. Ao longo de décadas, o empresário e apresentador construiu um império televisivo que sempre manteve uma proximidade estratégica com os presidentes da República, independente do governo ou do contexto político.

Essa relação pragmática garantiu ao SBT concessões importantes, proteção institucional e uma influência única no cenário nacional. Quer entender como essa conexão foi construída e mantida? Então, continue a leitura e descubra os bastidores dessa trajetória que mistura televisão, política e negócios.

De Figueiredo a Bolsonaro: Uma Amizade com Todos os Presidentes

Silvio Santos não escolheu lados políticos. A relação com o poder sempre foi guiada pelo interesse empresarial e pela preservação do seu império de mídia. Desde o regime militar até os dias atuais, ele esteve próximo de todos os chefes do Executivo, criando laços que ultrapassavam o simples contato institucional.

O primeiro grande passo aconteceu com o presidente João Batista Figueiredo, que em 1981 autorizou a criação do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Silvio reconhecia essa concessão como fundamental para sua carreira, chegando a afirmar que, sem o apoio do general, estaria vendendo canetas na rua. Para agradar ao governo militar, criou o quadro “A Semana do Presidente”, uma espécie de vitrine para o poder central, que durou até o fim dos anos 1990.

Com a redemocratização, Silvio manteve o mesmo ritmo. José Sarney recebeu do apresentador uma postura clara: nada de críticas, apenas elogios ao governo. O livro “Topa Tudo Por Dinheiro”, do jornalista Maurício Stycer, revela que Silvio se via como um “office-boy de luxo do governo”, disposto a colaborar para manter suas concessões e negócios intactos.

Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro também passaram pelo palco das relações próximas com Silvio Santos. O apresentador sabia que, independentemente do governo, a chave para o sucesso do SBT estava no diálogo e na afinidade com o poder, mesmo que isso significasse mudar de posição conforme o contexto.

Quando o Empresário Virou Candidato e Reforçou o Jogo de Poder

Em 1989, Silvio Santos decidiu entrar na política como candidato à presidência, surpreendendo a muitos. Curiosamente, Fernando Collor, que também disputava a eleição, visitou sua casa para saber se ele seria um adversário. Silvio garantiu que não, mas logo mudou de ideia e lançou sua candidatura. O PRN, partido de Collor, acabou sendo um dos principais oponentes durante a disputa, que terminou com a rejeição da candidatura de Silvio pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Mesmo depois da campanha conturbada, o relacionamento com Collor foi retomado com naturalidade. Silvio apoiou o Plano Collor e recebeu em seu programa a então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, para divulgar as medidas econômicas do governo. Essa capacidade de adaptação e pragmatismo foi fundamental para a longevidade da influência do apresentador no cenário político e empresarial.

O Legado e a Nova Geração: SBT News e a Continuidade da Diplomacia

Com a morte de Silvio Santos em agosto de 2024, muitos se perguntam se o SBT manterá a postura histórica de proximidade com o poder. A resposta veio no lançamento do SBT News, quando o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes subiram ao palco ao lado da família Abravanel, reforçando o compromisso com o diálogo e a pluralidade.

Daniela Abravanel, filha do apresentador e atual presidente do grupo, deixou claro que o jornalismo do SBT seguirá os princípios do pai: amor pelo país, respeito ao povo e busca por amenizar conflitos. A presença de autoridades de diferentes espectros políticos no evento, como o governador Tarcísio de Freitas e o vice-presidente Geraldo Alckmin, demonstra o esforço para manter a emissora como um espaço de convergência.

Apesar de críticas, a estratégia revela um entendimento profundo do jogo político brasileiro, onde o equilíbrio e a flexibilidade são essenciais para a sobrevivência de um veículo de comunicação tão influente quanto o SBT.

Silvio Santos construiu mais do que uma emissora: criou uma ponte entre o entretenimento e o poder, que agora segue nas mãos da família Abravanel, pronta para enfrentar os desafios de um país em constante transformação.

Perguntas Frequentes

Qual foi o primeiro presidente que apoiou Silvio Santos?

O primeiro presidente que apoiou Silvio Santos foi João Batista Figueiredo, que autorizou a criação do SBT em 1981.

Como Silvio Santos se posicionou durante a redemocratização?

Durante a redemocratização, Silvio Santos manteve uma postura de apoio ao governo, evitando críticas e focando em elogios.

Qual foi a experiência de Silvio Santos como candidato à presidência?

Silvio Santos se lançou candidato à presidência em 1989, mas sua candidatura foi rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Como a família Abravanel pretende continuar o legado de Silvio Santos?

A família Abravanel, liderada por Daniela, pretende continuar o legado de Silvio Santos com um jornalismo que busca o diálogo e a pluralidade.

Qual é a importância do SBT no cenário político brasileiro?

O SBT é importante no cenário político brasileiro por sua capacidade de manter relações próximas com diferentes governos, garantindo sua influência e relevância.

Rafael Dias

Rafael Dias

Rafael Dias é jornalista esportivo e apaixonado por futebol desde criança. Escreve no blog Futebol na Web, onde comenta jogos, analisa táticas e compartilha curiosidades do mundo da bola com linguagem leve e acessível. Com olhar crítico e bom humor, atrai leitores que buscam informação com personalidade.

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